terça-feira, 12 de maio de 2015

Comentário sobre a crônica de Jaílson Vital de Souza- Antonio Belo


Excelente crônica!
Não somente sou amigo pessoal do autor, Jaílson, como também vivi nesse ambiente e participei de alguns desses agradáveis momentos. Ainda poderia acrescentar alguns "heróis" não citados pelo meu amigo, como sejam: O Homem de Borracha, que esticava e encolhia de acordo com a necessidade; o mágico Mandrake, que fazia os bandidos confessarem seus crimes mediante o efeito provocado por ilusões de ótica e, quando o combate exigia o uso da força, sue fiel escudeiro, Lothar, um negro musculoso o tirava das enrascadas. O Mandrake ainda tinha um noiva muito bonita, que era a princesa Narda.
Mas, de todos aqueles heróis, o meu preferido era mesmo brasileiro. Sim, para mim, nenhum deles se comparava ao Jerônimo, o Herói do Sertão - com maiúsculas mesmo -. Todo mês eu esperava ansiosamente a chegada do gibi, que sempre era comprado pelo Armando, que era filho de um dono de oficina em Custódia e ele emprestava ou vendia.
Jerônimo encarnava o típico defensor dos pobres e oprimidos contra o poder dos coronéis nordestinos. sim, porque embora não fosse explicitamente definida, a temática e a indumentária dos envolvidos era típica dos cangaceiros nordestinos, como era o João Corisco, o pai do Moleque Sacy, este, fiel escudeiro do Jerônimo. Ainda havia a noiva do Jerônimo,a Aninha, que era sua prima. Existia uma trama shekespeareana, pois Jerônimo e Aninha, embora primos, eram descendentes de famílias rivais, pois o pai de Aninha era irmão de pai de Jerônimo, que namorava com Maria Homem - mãe do Jerônimo - que era filha de um coronel inimigo do coronel Saturnino Bragança, que era o avô de Jerônimo e de Aninha, por parte dos pais de ambos. Assim, Jerônimo era uma espécie de Dom Quixote sertanejo e em parte sua leitura influenciou um pouco do meu senso de justiça social. Detalhe: O nome da mãe de Jerônimo - Maria Homem - não tinha nada a ver com lesbianismo, era apenas devido à sua coragem, pois lutava bem e com qualquer homem em igualdade de condições. Segue então, uma música que retrata bem o espírito do herói:
"Quem passar pelo sertão
vai ouvir alguém falar
no herói dessa canção
que eu venho aqui cantar

Se é por bem vai encontrar
com Jerônimo protetor
se é por mal vai enfrentar
o Jerônimo lutador

Filho de Maria Homem nasceu
Serro Bravo foi seu berço natal
entre tiros e tocaias cresceu
e hoje luta pelo bem contra o mal

Galopando está em todo lugar
pelos pobres a lutar sem temer
com Moleque Sacy prá ajudar
ele faz qualquer valente tremer...
Antônio Belo da Silva

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