domingo, 24 de junho de 2012


PARTEIRAS: ESSSA INSTITUIÇÃO NACIONAL
Dona Chiquinha Macaxeira trouxe ao mundo meio Guaporé e mais um pouquinho, não tinha tempo para atender a todo mundo, tal a demanda- sabe como é... Noites de lua cheia... as águas mornas e límpidas dos igarapés, sem falar no lendário BOTO AMAZÔNICO sobre quem recaia a responsabilidade paterna de centenas de crianças.
Só se viam os cochichos das mães aperreadas: - ai! Maninha, o safado do BOTO fez mal para a minha menina, coitada! Ela estava lavando roupa no Igarapé Grande e morta de cansaço, já estava voltando para casa quando ele apareceu com um terno de linho e sapatos brancos, chapéu tipo panamá, todo cheiroso, segundo ela, e a levou para dentro d’água. Nem deu tempo de correr e desmaiou coitadinha...
Quando acordou era tarde, o mal já estava feito e ela não sabia como contar para a família (o pai era uma fera), foi um custo para ela dizer o sucedido, mesmo assim só contou quando já faltavam poucos dias para a criança nascer...
A parteira, Dona Chiquinha Macaxeira, chamada para atender o caso, demorou em aceitar o serviço, pois além de super ocupada, não acreditava naquela história de BOTO, aquele cabra safado, como o chamava, a voz grave e sem rodeios.
E foi logo falando para a Mãe, Sinfro(de Sinfronia) tu sabes como é a minha tônica no trabalho, quarto, camisolas e lençóis bem limpinhos, tinas d’água fervendo, mas principalmente sem homens dentro de casa-NENHUM, sublinhava- pois na hora de mulher prenha dar a luz não quero macho dando ordens e palpitando dentro de casa, cruz credo!
Outra coisa ,completou, avise à Medusa que nada de gritos na hora dos espasmos porque mulher que se preza não faz escândalo, aguenta tudo calada!
Só que a parturiente, MEDUSA, não queria saber dessa conversa e à hora do nascimento ao sentir as dores fortíssimas começou a gritar como louca no que foi asperamente repreendida por dona Chica Macaxeira: - Menina toma vergonha nesta tua cara! Ninguém precisa saber que o BOTO te engravidou, então ou tu tomas tento ou eu te largo na cama e vou-me embora!
Medusa, sem saber o que fazer nem para onde correr, quando as dores do parto aumentaram só lembrou-se de um trecho do Navio Negreiro de Castro Alves que ouvia o seu pai declamar ,sob o aplauso dos amigos, desde pequena, nos animados saraus em sua casa, então mandou ver nos berros poéticos: “Deus Senhor Deus dos desgraçados”!/Dizei-me vós, Senhor Deus!/ Se é loucura... Se é verdade/Tanto horror perante os céus?! E repetiu a estrofe até a criança sair...
Assim, entre xingamentos da Dona Chica Macaxeira e o poema épico de Castro Alves nasceu Pandora II, uma das filhas do BOTO...


Wilma Leal de Lyra, nasceu em Porto Velho-Rondônia, quando ainda era GUAPORÉ, filha de uma ilustre família-pioneira local- Sr José Alves de Lyra e Doralice Leal Lira, ambos com densa história conhecida pelos antigos e , certamente, rico material de pesquisa para quem se interessar em saber do início daquele pedaço da amazônia que reproduz nos seus “causos”.
Mas Wilma é muito mais do que isso. Trabalhou vários anos em Osasco, como professora de Língua Portuguesa e de Literaturas Brasileira e portuguesa. Foi diretora do Colégio Estadual de Quitaúna, e era a coordenadora geral do FICAN-Festival de Música que reunia estudantes de todas as escolas de Osasco, além de algumas da região.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Entrevista com o Pastor presbiteriano Paulo Roberto da Silva




“A Gente não pode abandonar os sonhos. Não pode abandonar a si mesmo... Precisa abrir as gaiolas que prendem nossos sonhos, e voar ao encontro deles.”



Meu primeiro contato com o Abya Ayala foi através do pastor Paulo Roberto que me convidou para ir à inauguração do Centro de Inclusão Digital, no bairro de Novo. Católica, entre evangélicos, durante o culto me emocionei até às lágrimas com a fala dos pastores, com o canto das crianças, enfim... Tinha sido conquistada por aquelas pessoas que desenvolvem um trabalho tão sério na periferia de Osasco.
Mas o projeto não se resume apenas ao Centro de Inclusão Digital, ele abrange também o acampamento Carlos Lamarca, e foi quando lá estive pela primeira vez que tive a nítida sensação de que “o Haiti é aqui”.
Em um prédio abandonado, cem famílias que já foram antes expulsas de três lugares, hoje estão vivendo ali desde 2002.
Entro com o pastor Paulo que é recebido com festa pelas crianças que correm para abraçá-lo; e ao percorrer aqueles estreitos caminhos que me lembram um labirinto, torço para os moradores daquele acampamento não terem o trágico destino do Minotauro da lenda grega.
Pequenos cômodos abrigam cinco, seis ou mais pessoas. Entramos em alguns daqueles cômodos, e mesmo tendo entrado em muitas favelas aqui na cidade, me choco com o que vejo. Sim, “o Haiti é aqui”.

É preciso andar com cuidado, desviando-se do lixo e das poças d’água. Aqui e ali portas se abrem e ouvimos queixas de uma mulher que não consegue realizar alguns exames pedidos pelos médicos, nem em Osasco, nem em SP, e denuncia com argumentos claros e bem fundamentados a situação caótica da saúde no país. Outra surge como se de um pesadelo, com os cabelos desgrenhados de quem acabou de acordar, e uma expressão que denuncia o uso de drogas.
Muitas crianças circulam pelo local, e talvez sejam elas o principal alvo do trabalho de Paulo Roberto: preservar, proteger aquelas crianças, além é claro de tentar resgatar algumas ovelhas desgarradas.
Iniciamos esta entrevista perguntando a ele:




Pastor, o que é o Abya Ayala?
Tranquilo, fala mansa, ele me explica: é um projeto social que trabalha com famílias de catadores de material reciclável, ligadas ao MTST – Movimento dos Trabalhadores sem teto. Cem famílias vivem em um prédio abandonado, aqui no Novo Osasco, na periferia de Osasco. Nossa missão no início do projeto dizia: coletar, transformar e vender materiais recicláveis, gerando renda para os catadores, investindo na formação da família através da educação, da arte e da cultura, preservando o meio ambiente.
Como surgiu esse projeto?
O Abya Ayala nasceu em uma sala de uma igreja presbiteriana do Jardim Novo Osasco, na sala das mulheres, em um projeto voltado para a igreja, através da pedagoga Mariângela, minha esposa.Inicialmente era focado na reciclagem dentro da própria igreja, só com os próprios membros. Tínhamos a intenção de ajudar missionários de países carentes, principalmente países da África. Durante dois anos o projeto atuou dessa maneira.



O que levou vocês a mudarem?

Durante o processo de buscar os materiais nas casas dos membros da igreja, eu era o encarregado. E aí, na rua, conheci os catadores do bairro nos locais de venda. Foi quando surgiu a necessidade de ajudá-los a formar uma cooperativa de catadores que terminou não acontecendo.
Por quê?
Porque são pessoas que não se submetem a uma disciplina de horário de trabalho. Eles preferem vender e receber o dinheiro na hora, sem ter de esperar um salário no final do mês.
Pastor, como é que você, um indigenista há mais de vinte anos , de repente se voltou para esse trabalho com moradores de rua e dependentes químicos?
Vou responder essa pergunta com uma frase que me acompanha há uns trinta anos: “ou defendemos a vida onde ela está sendo esmagada, ou devemos ter a coragem de não pronunciar o nome de Jesus Cristo”.
Não houve um afastamento da minha militância junto aos indígenas. As duas coisas convivem igualmente. Pelo fato de morar em SP, para onde vim estudar, fui forçado pelas circunstâncias a permanecer no ambiente urbano, me envolvi com a camada mais excluída da sociedade, que são os catadores, os dependentes químicos, e em especial, os filhos dessas pessoas. Muitas delas, nordestinas.


O Sr. Poderia contar como tudo isso começou na sua vida? A questão indígena, os drogados, os sem-teto?

A questão indígena é a mais importante no meu ministério pastoral. Tudo começou na década de 70. Eu era um andarilho hippie, e ao chegar na aldeia dos potiguares, no Rio Grande do Norte, me deparei com o problema de uma índia com hemorragia no hospital. Tonhô, o marido dela, estava na porta da delegacia da FUNAI, esperando o chefe acordar, para pedir ajuda a ele pra salvar a mulher.
Pacientemente esperava. Não bateu à porta.
Perguntei por que ele estava tão triste, e ele me respondeu que a mulher estava morrendo no hospital com hemorragia. Imediatamente bati à porta e acordei o funcionário da FUNAI. Esse funcionário nos levou de carro até a aldeia, e de lá levamos quinze índios para doarem sangue.
No hospital fui o primeiro da fila e o tipo do meu sangue era exatamente igual ao da índia. Só o filho dela e eu tínhamos o mesmo tipo e só nós dois doamos sangue a ela.
Naquele momento, senti aquilo como um chamado, que aquela era minha missão.
O Sr. Já era ligado à religiosidade?
Eu não era um cristão formal, mas senti uma grande revolta por ver que o oprimido simplesmente se submete, não reivindica.
A mulher se salvou, e os índios me convidaram para ficar na aldeia. Quando cheguei à aldeia, abri meus artesanatos, e distribuí as bijuterias que eu fazia para as crianças, e como eu não tinha artesanatos para todos, passei o resto do dia fazendo peças para as que ficaram sem.
O casal me convidou para dar um nome à criança e eu escolhi Maíra, nome que posteriormente dei à minha primogênita.
A partir dali fui “contaminado” com o vírus da cultura indígena.
Vivi como hippie mais alguns anos, e aí tive uma experiência religiosa. Com 25 anos tive um encontro com o Cristo cósmico. Descartei de minha vida tudo aquilo que não me preenchia: drogas, o prazer cultural apenas por si mesmo... Pois eu tinha uma intensa vida cultural: convivia com a geração 68, da qual meus irmãos faziam parte, e embora muito jovem, lia todos os livros que eles liam, via todos os filmes, assistia a todas as peças de teatro, era a cultura pela cultura, o envolvimento com o marxismo, com a luta contra a ditadura...E senti que nada daquilo me preenchia.
Houve um episódio marcante que mudou minha vida: havia no Recife a casa de um amigo poeta, que reunia os intelectuais da cidade. Esse poeta tinha em casa três pássaros presos em gaiolas ao mesmo tempo em que ouvia Francis Hime e Chico Buarque cantarem “Passaredo”. Aquela incoerência sempre me incomodou, e um dia resolvi abrir as gaiolas e soltar os pássaros. Houve uma revolta muito grande, e fui exilado do grupo. Apenas meu irmão, Antonio Belo me deu apoio.
De repente eu estava sozinho. Sem nenhum amigo, com todos contra mim. Mas aquilo foi minha libertação. Senti que a partir dali precisava buscar meus caminhos. Na verdade, ao libertar os pássaros quem tinha se libertado era eu. Quem voou, fui eu.


E sua experiência com Cristo, como se deu?
Nessa busca, nesse desencontro com as filosofias, os prazeres, o hedonismo encontrei no Cristo andarilho o que buscava.
Mariângela, minha mulher, era minha vizinha, me admirava, e a irmã dela, Marisa, resolveu me evangelizar, e surpreendentemente, no dia 14 de fevereiro de 1982, um domingo, me converti instantaneamente. Imediatamente deixei tudo isso e fui estudar em um seminário que prepara pessoas para trabalhar com os índios na missão Novas Tribos do Brasil. Veja a coincidência que Deus me preparou: na mesma semana da minha conversão, abriu-se um seminário de estudos bíblicos, para preparar pessoas para trabalharem com os índios nas aldeias.
E o Senhor foi...
Sim, fui para o Instituto Pau D’Alho, em Pernambuco, no meio do mato, durante três anos. Foi o tempo necessário para trabalhar com professores que cuidavam do meu corpo e do meu espírito, de todas as dimensões do meu ser.
Gerson Celeti, que tinha sido hippie, foi o professor que mais se aproximou de mim, e que mais tarde foi missionário durante doze anos na Guiné Bissau e em vários outros países do mundo. É ele que atualmente dirige uma escola missionária que prepara pessoas para trabalhar com indígenas em várias partes do mundo.
Agora, tantos anos depois, Gerson me convidou para dar um curso na Noruega.
Então o Sr. continua ligado às questões indígenas?
Sim. Acho que a gente não pode abandonar os sonhos. Não pode abandonar a si mesmo... Precisa abrir as gaiolas que prendem nossos sonhos, e voar ao encontro deles.
Meu grande apelo atual e que talvez seja o projeto da minha vida sempre foi realizar um grande encontro no Brasil em um grande parlamento com as grandes lideranças indígenas do continente Aby Ayala, o que misteriosamente terminou acontecendo no mês passado com o Tribunal Popular da Terra, encontro esse que reuniu entre muitos, figuras importantes da luta na América Latina como: Hugo Blanco, Millaray Huichalaf, Patricia Troncoso, Osmarino, amigo de Chico Mendes, lideranças kaiowá, Pataxó Hã-hã-hãe e outros.


Uma vez que aconteceu o Tribunal da Terra você e a Patrícia ainda pretendem organizar esse encontro no Brasil?
A Patrícia Troncoso, que foi presa política mapuche, reconhecida no Chile por ter feito uma greve de fome durante 112 dias, tem uma história de luta impressionante e que recentemente recebeu um prêmio internacional por sua luta em defesa do seu povo. Conversando a respeito acreditamos que nossa intenção de reunir lideranças latino-americanas em um encontro no Brasil foi contemplada no Tribunal, e que mais produtivo agora seria organizar algo semelhante no Chile, ou seja, um Tribunal Popular no Chile, para colocar o Estado no banco dos réus.
Quer dizer que a intenção de vocês é unificar as demandas dos povos originários entre os países do nosso continente?
Exatamente, a globalização sem saber, trouxe como um efeito colateral, a possibilidade de estreitar as relações entre as pessoas, e através das redes sociais estamos unindo os povos originários que lutam pela terra e por outros direitos; com isso usamos as armas do inimigo para neutralizar e combater o novo colonialismo imposto aos povos. Podemos chamar esse fenômeno de a globalização do bem. Quem diria que num mesmo encontro pudéssemos reunir tantas lideranças que de outra forma seria quase impossível acontecer? Temos em curso a luta pela terra entre os povos indígenas, quilombolas, camponeses, sem-terra e sem-teto, marcha pelas águas que através das redes juntamos esse povo e que trocam experiências e possibilitam uma agenda comum.


Você, sendo brasileiro, o que o levou a criar um Comitê de Apoio ao Povo Mapuche e não de outros povos mais próximos como por exemplo, os kaiowa?
Na verdade eu já participei de vários organismos indigenistas no Brasil, fui coordenador executivo do GTME (Grupo de Trabalho Missionário Evangélico) que foi uma criação de uma pastoral solidária das Igrejas Luterana, Metodista, Anglicana e Presbiterianas, que juntas formaram uma entidade de apoio à causa indígena muito parecida com o CIMI da Igreja Católica. Fui fundador junto com outros pastores do Grupo de Solidariedade ao Tupiniquim e Guarani no Espírito Santo e de outro grupo de apoio aos Krenak em Minas Gerais.
A paixão pelos Mapuches se deu através da observação, e de uma viagem que fiz ao Chile, onde constatei a luta e a obsessão pela terra. O nome Mapuche significa povo da terra, eles têm no seu mito fundante seu povo nascendo da terra semelhante a uma árvore, o que significa dizer que sem a terra eles não sobrevivem e por isso é comum ver jovens, mulheres, anciões e homens em geral, dando suas vidas para defender seu território e reconquistar parte das terras usurpadas. Quando vi essa garra para lutar, eu me encantei e resolvi fazer amizade com esses guerreiros. Usei parte de minhas férias para ir à Patagônia e conhecer mais de perto a problemática dos PPM e assim fui fazer uma visita na prisão de Lebu aos presos Mapuches. Posteriormente criei o Comitê de Apoio aos Mapuche e convidei a Patrícia Troncoso para vir ao Brasil e ela aceitou. Juntos conseguimos colocar a questão Mapuche na preocupação dos Movimentos Populares brasileiro, o que está dando seus frutos, agora mesmo estamos planejando fazer um protesto em frente ao Consulado chileno na Av. Paulista e a empresa UNICA que é responsável pela industrialização do Etanol no MS. Será uma forma de mostrar que tanto a luta dos Mapuches quanto a dos kaiowá e outros povos são as mesmas, estão sendo travadas conjuntamente.
Como o Abya Yala está participando desse luta?
Bem o Abya Yala está junto nessa luta pelos catadores e por todos os que sofrem perseguição, e com isso abrimos as portas para o povo Mapuche, na vinda da delegação Mapuche. Por duas vezes os irmãos ficaram hospedados nas dependências do Abya Yala, com alimentação e outros benefícios, o Abya Yala conseguiu viabilizar todas as passagens de ida e volta ao Chile, seja com seus próprios recursos ou com ajuda de parceiros, como o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, a CESE e a Rosa de Luxemburgo que aprovou dois projetos feitos pela organização do TP e que o Abya Yala foi a instituição beneficiada e repassadora dos recursos.
Quais seus planos para o futuro em relação ao Abya Yala?
Nosso sonho é ampliar o Abya Yala a nível continental e criar sedes onde haja um povo sofrendo e discriminado, e para isso já começamos a dar os primeiros passos entre a comunidade da Millaray em Osorno, onde os Mapuches estão nesse momento cercados por carabineiros que querem invadir o espaço sagrado dos comuneros. O Abya Yala forneceu um Notebook à comunidade e está lutando para manter uma banda larga móvel para os líderes poderem se comunicar com o mundo e denunciar as atrocidades cometidas contra seu povo. Estamos ainda em contato com a Patrícia e o Pr. Hugo Marillan para a construção de uma sala onde iremos desenvolver inclusão digital e formação de lideranças que lutam pela conquista da terra e de outros direitos, para isso já ganhamos seis computadores que brevemente iremos enviar para os responsáveis pelo projeto.


Uma última pergunta: como foi a visita do Rev. Dr. Olav Fykse Tveit ao Abya Yala?
Ele estava no Brasil para entregar os documentos do projeto” Brasil: Nunca Mais Digital” que Rev. Jaime Wright e Dom Paulo tinham enviado para fora do Brasil, para preservar a história da tortura no regime militar e o ano passado foi repatriado para o Brasil e o Dr. Olav, como Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas, foi o responsável pela operação de devolução e no final teve um dia livre e desejou conhecer um projeto social ligado a alguma Igreja filiada ao CMI e lhe indicaram justamente o Abya Yala. Foi um momento de profunda interação e amizade. No dia seguinte na homilia pregada na Catedral Presbiteriana de São Paulo da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, ele se referiu ao Abya Yala como um sinal do Reino de Deus no Brasil.