Se um dia
Eu tiver que ceder
Aos caprichos do destino
Chegou a hora,
Podem crer!
A hora de tocar o sino.
Que com certeza não melhora
A parte que por instinto
Forçou-me a percorrer
Metade do meu caminho.
A outra metade eu fiz!
Cometendo ou não, desatino.
Só conheci Pernambuco
Depois de ler João Cabral
Coisas do arco da velha
E da nossa tradição
De Capiba, do Quinteto
E da Orquestra Armorial
Se na minha geração
Eu não comi fruta-pão
Abundante no litoral
Mas, ausente no sertão
É que a charque era pouca
Mal dava pra acompanhar
A cachaça com limão.
Não me banhei
No Rio Capibaribe
Ou águas do litoral
Só em rios de água pouca
Daqueles que,
Sem embornal,
Um burro seca com a boca.
Não percorri os canaviais.
Pés descalços não pisaram
As pedras úmidas do cais...
Só caminhei terras secas
Ausentes de coqueirais
Areias brutas que furam
Como facas e punhais!
As armas dos cangaceiros
Do nordeste e das Gerais
Daqueles tempos distantes,
Que não voltam,
Nunca mais...
Caminho de pedra e areia
E, não raro, de espinho.
Por isso, exijo respeito:
Eu não fiquei,
Estou indo!
E se desacompanhado
Vou seguir,
Mesmo sozinho. Palmas, 20/12/2006 ( 01:12h)
Uma das minhas maiores alegrias é descobrir um novo poeta, um novo escritor,um novo talento em qualquer área artística.
ResponderExcluirPor isso estou em estado de graça por ter descoberto este poeta que é Antonio Belo. Que este seja o primeiro que ele exponha dos muitos
que tem engavetados.
Bacana mesmo. Também Gostei muito, Risomar. Parabéns ao Antonio Belo.
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