V. (não sei se ele gostaria de ser identificado) foi do Grêmio Estudantil em 1968 do Colégio CENEART em Osasco. Eu tinha sido militante do PCB, mas depois do racha de 1967, não participei da ALN. Eu, V. e "Cido" tivemos os primeiros contatos no 2º semestre de 1969. Não estávamos discutindo mais o imobilismo e o conformismo do partido. O debate era sobre o trabalho politico com os operários e trabalhadores do campo, a guerrilha revolucionária.
Foi V. que me deu para ler o livro de Régis Debray, "Revolução na revolução" e outros documentos da VAR-Palmares. Tivemos vários encontros; para estar preparado para as ações armadas, ele me ensinou a dirigir no seu carro.
No inicio de 1970 houve mais prisões de companheiros; ele decidiu sair da organização.
Continuei o contato com o outro companheiro, "Cido", e em seguida com "Maria" (que descobri 3 anos depois chamar-se Jurema), que foi presa em setembro desse ano.
Jurema, de Salvador, reencontrei-a em 2009, e retomamos o diálogo interrompido há 40 anos.
Do "Cido" nunca mais tive noticia. Foi preso, está morto e desaparecido? são as perguntas que me faço com frequência.
E V., onde andará? Apenas uma vez, em 1980, tive noticias dele por uma amiga comum.
Os dois, que me conheciam pessoalmente, frequentaram minha casa e o local onde eu trabalhava, fazem parte da minha história, mas continuam existindo apenas nas minhas recordações.
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