Carrego comigo a folha de acácia que o vento depositou em teus cabelos naquela tarde de outono, e você nem percebeu. Carrego comigo aquele Cd que ouvimos tantas vezes que se estragou. Guardo ainda um guardanapo de papel com o primeiro poema que te escrevi. Está manchado de batom, mas me recuso a jogá-lo no lixo.
Carrego comigo aquele postal que você me enviou de Paris, já está amarelado, um pouco amassado, mas a emoção está lá. Faz tantos anos...Também ficaram algumas folhas de canson com minhas tentativas de te desenhar. São sombras, são rascunhos, são perdidas recordações, inutilidades dirias, coisas de gente que guarda tudo, como dizias que eu era. Sim, são inutilidades que já não cabem no mundo de hoje. Quem sabe um dia eu venha a escanear tudo arquive no computador, e jogue os originais.
Ainda assim há tanta coisa: colares, botons, livros, talismã vindo da Guatemala, mas o principal, o que ficou, aqui não falarei, está dentro de mim não me disponho a revelar.
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